Foram cinco anos seguidos de bons resultados, mas a sequência de quedas no número de indenizações pagas por mortes no trânsito em Santa Catarina foi interrompida em 2017. No ano passado, houve um aumento de 8,35% nas compensações financeiras para parentes de vítimas fatais de acidentes, totalizando 1.686 e uma média de 4,6 casos por dia. Um ano antes, o número de indenizações havia sido de 1.556, o que representa 130 a menos. Os dados são da Seguradora Líder, responsável pelo DPVAT em todo o país.
Nacionalmente, o aumento foi ainda mais significativo: 23%. Em 2017, foram 41,1 mil indenizações pagas, contra 33,5 mil no ano anterior. Embora o crescimento seja considerável, não é possível cravar que houve mais mortes no trânsito no ano passado, já que o prazo para o requerimento das indenizações é de três anos, e pode haver represamentos nos pagamentos de acordo com a demanda.
Em relação às indenizações por invalidez permanente, houve queda, tanto em Santa Catarina quanto no resto do país. No Estado, foram 24% menos casos, enquanto nacionalmente a taxa ficou em 18%.
Para o coordenador do movimento SOS Estradas, Rodolfo Alberto Rizzotto, o aumento nas indenizações por morte é fruto de um sistema deficitário de fiscalização dos motoristas infratores, em especial nas rodovias. Como exemplo desse déficit, Rizzotto conta que o efetivo da Polícia Rodoviária Federal hoje é o mesmo de 1994, quando um tráfego e uma frota algumas vezes superiores aos daquela época.
Além disso, ele diz que a tendência, com aposentadorias e falta de concursos públicos para a área, é que haja um queda no número de patrulheiros nos próximos anos, passando de dez mil para sete mil.
—Falta punição aos infratores. É uma minoria que coloca em risco a maioria, além de dar um mau exemplo estimular infrações por meio da sensação da impunidade — diz Rizzotto.
Motocicletas
Embora sejam apenas 23% da frota catarinense, as motocicletas representaram 70% dos veículos envolvidos em acidentes que resultaram em indenizações em Santa Catarina no ano de 2017. O coordenador do movimento SOS Estradas acredita que isso é fruto de uma política nacional de estímulo ao uso desse tipo de locomoção, ao mesmo em que não há um programa para melhorar a fiscalização:
— O motociclista é quem possivelmente comete o maior número de infrações per capita, especialmente no interior, em que praticamente não há fiscalização. Uma hora as consequências disso começam a aparecer.
Indenizações por Estado
Considerando todos os tipos de indenizações — por morte, invalidez permanente e despesas médicas — , Santa Catarina ocupa a quarta colocação entre os Estados com maior número de pagamentos. Os líderes são São Paulo, Minas Gerais e Ceará.
Fonte: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2018/02/apos-cinco-anos-em-queda-indenizacoes-por-morte-no-transito-crescem-8-35-no-estado-em-2017-10162118.html